sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O Som da Memória



Memórias aprisionadas em cofres repletos de poeira,
Escondidas por entre teias mortas,
Perdidas no denso escuro de uma velha falsa...
Elas emergem do nada, como por magia,
Das águas obscuras de um passado,
Do qual nos pertenceu e fizemos parte.
Tudo isso acontece e se desvenda
Quando ouvimos o som de uma melodia,
Que nos transporta ao tempo do já foi...
Limpando os cofres empoeirados, as teias mortas...
Ilumina a falsa como o sol que penetra madeira rachada.
Regressamos a capítulos julgados de esquecidos.
Cada música associada a diferentes fases por nós passadas...
De gestos feitos, palavras ditas, pessoas e mais pessoas...
Conseguimos por instantes reviver e relembrar,
O sentimento vivido quando aquele som estava no ar.
Poder voltar a ouvir serenamente, a balada ligada à dor...
A música envolve a nossa alma e coração,
Permanece enlaçada ao que já passamos...
Como se se tratasse de um filme sobre nossa existência.
Ainda recordo a melodia do meu primeiro beijo,
Do som de tempos felizes, tristes, doces, amargos...
Sou levada até a rostos que se sumiram,
A quem já partilhou aquela música comigo.
Rodeio-me de música antiga para o pó não assentar...
Escuto novas melodias, poderei estar a marcar um momento...

By Nathalie