sexta-feira, 27 de maio de 2011

O Teu Último Poema... (Março 2011)

Que é feito de ti...
Que é feito de mim...
Uma parte do meu eu
Contigo deixei ficar.
Outra parte de ti,
Agarra-se e se cola em mim.
No dia que eu parti,
Queria olhar por cima do ombro,
Ver se te via por perto...
Mas a luta contra comigo mesma
Tem sido uma constante ultimamente.
Dói-me ainda gostar de ti,
Dói-me ainda mais não poder fazê-lo...
Se o que deixo para trás lá fica,
Porque é tão difícil consegui-lo contigo...
Eu morro e revivo num instante!
Mas esse parto de ti,
Tem contrariado minha experiência...
Como é possível não esquecer alguém
Que tanto me magoou e me pisou...
Só prova que meu amor por ti
Foi realmente rico e verdadeiro,
Porque ele ainda respira...
Mesmo ao tentar, à força, afogá-lo.
Este é o último poema,
Dos muitos que te escrevi
E apenas existiu por estar a sufocar
Com estes sentimentos contidos,
Gritando por sair de dentro de mim...
Então voz, eu tive de lhes dar,
Pois nada quero guardar.

By Nathalie

Tu & Eu... Nós (Verão 2009)

Respirando apenas horas de pura felicidade,
Juntos fechamos as janelas ao tempo...
Roubas as borboletas da Amazónia
Para as guardares em meu ventre.
Fazemos deslocar a via láctea até nós,
Quando nos tocamos e reduzimos o dois a um...
A música que tão bem compomos,
Intimida a mais bela das baladas.
O elixir que emana de nossos corpos
Inspira os odores e perfumes das flores mais raras.
As iguarias que provocam explosões de paladar,
Roçam de longe o prazer que detém nosso sabor.
A dança ardente e sensual feita por tu e eu,
É capaz de derreter as ilhas de gelo.
O maior segredo da rota perdida para a alegria,
É desvendado com primeiro toque de nossos lábios...

By Nathalie

Sem Registo (Verão 2009)

Gostava de registar cada palavra tua, cada gesto...
Gravar toda e cada sensação que na pele me despertas
Anotar todos os bons calafrios e sorrisos que me trazes
Somar cada disparo do meu coração por ti provocado
Medir e contabilizar o meu desejo e vontade de ti...
Contar os beijos prometidos entre um mar de saudades.
Tento expressar, em poucas palavras, esse meu sentir...
Pois eles são a fusão de tudo o que originas em mim.

By Nathalie

Se Fosses, Eu Seria...(Verão 2009)


Se fosses mar, queria ser sereia para em ti mergulhar
Se fosses noite, queria ser lua para em ti luzir
Se fosses vento, queria ser andorinha para contigo voar
Se fosses chama, queria ser vela para em ti arder
Se fosses terra, queria ser ribeira para em ti nascer
Se fosses eclipse solar, queria ser sol para em ti desaparecer
Se fosses vaso, queria ser cristal para contigo me fundir
Se fosses água, queria ser gelo para em ti derreter
Se fosses neve, queria ser um floco para em ti me perder
Se fosses perfume, queria ser pele para em ti me impregnar
Se fosses lábios, queria ser beijo para alimentar meu desejo
Se fosses pecado, queria ser tentação para te sucumbir
Se fosses eu, queria ser tu para contigo ficar...

By Nathalie

Novo Vício (Verão 2009)

Para onde quer que o pensamento me leve,
Tudo me trás de volta àquele momento...
A vontade de ti no meu desejo cravada.
Carrego a saudade dos teus beijos
Que trazem o sabor desse meu novo vício.
O teu toque ficou impregnado no meu corpo,
As tuas impressões digitais marcadas nos meus sentidos.
Lembrar o teu calor faz-me arrepios...
A tua voz ecoa e se transforma em minha doce aragem,
O cheiro que só tu tens, em minha alma permaneceu...
E quando ele se liberta, estremece o meu ser.
Partir com a vontade de ali ficar,
Trazer-te em mim para todo e qualquer lugar...

By Nathalie

Permanece Aqui (Verão 2009)

Enquanto me movia em cadência entre campos floridos,
Até minha morada tu te dirigias para lá entrar.
Podia queimar tempo à procura da porta sem trancas...
Prefiro simplesmente apreciar o que deixaste no ar.
Perceber finalmente, sem valer a pena disfarçar...
Se esse sentir se deve a ti, tenho de partilhá-lo.
Nem o pôr-do-sol, nem as luzes do firmamento mergulhadoras do mar,
Me deslumbram e me fascinam como quando te olho.
Bebo noites estreladas de pensamentos feitos de ti,
Devoro dias iluminados por sonhos passados contigo,
Da varanda respiro nuvens carregadas da tu essência,
No meu leito, cubro-me com uma manta de gostinho a prazer.
O meu mundo, do qual já fazes parte, dou-te a conhecer.
Permanece aqui enquanto desejares, uma hora ou uma eternidade...

By Nathalie

Perfeita Loucura (Verão 2009)

Sinto a tua presença como uma doce neblina
Vaporizando ternura enquanto refresca meu corpo interior.
Estás longe na medida da distância,
Mas tão perto para me conseguires atingir.
Escolheste o lugar mais especial que em mim existe,
Onde permaneces e brilhas... Eu trago-te comigo.
Como é bom fazeres parte da minha história de vida,
Melhor ainda é poder gostar assim de ti...
A imagem única do teu ser repousa no meu sorriso,
És a perfeita loucura na qual me posso deixar levar.

By Nathalie

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Hino à Libertação

Hoje é dia de grandes limpezas!
Onde desvio grandes baús empoeirados
E abro os cadeados enferrujados da  minha alma.
Desfaço-me do peso de sentimentos
Ainda presos em teias de aranha,
Onde permanecem em mim alojados e reprimidos...
Lanço baldes de água, sabão e Luz!
A toda e qualquer emoção,
Que me espera e aguarda na escuridão do meu ser,
Para à noite me atacar, desprevenida, nos becos e ruelas.
Desvio as cortinas do meu interior,
Sacudo mantas e tapetes de tristeza,
Despejo gavetas de mágoas e dores,
Limpo e desobstrui os filtros de entrada da felicidade.
O meu riso novamente estou a polir,
Minha estimada gargalhada quase afinada.
Abro todas as portas e janelas,
Para o Sol, eu deixar entrar
E se infiltrar em todas as divisões da moradia.
Meu coração mais uma vez recuperado,
Traz-me finalmente a vontade de dançar!
Livre estou de tudo o que mais não me serve.
Os meus olhos retomam, aos poucos, o seu brilho
Com a canção do hino à libertação.
.
By Nathalie

quarta-feira, 11 de maio de 2011

A Onda da Oportunidade















O vento três vezes soprou
E o destemido destino avançou...
Para mais uma vez mostrar
Que ele é a única certeza
Regente da incerteza de nossa vida.
Quando a paz parece chegar,
Para finalmente se instalar,
Eis que surge da calmaria
A avassaladora onda gigante!
Ela arrasa, inunda e nos sacode...
E no segundo do último folgo,
Onde se fica a um passo de partir,
A onda nos liberta, nos deixa cair,
No meio da sua destruição...
Embora se fique no mesmo lugar,
Já nada é igual...
Tudo o que era deixou de ser.
Resta enfrentar esse morrer
Para novamente renascer.
De cabeça erguida levantar-se,
Deixar a esperança cantar no coração.
Perceber que mais uma oportunidade
Nos é oferecida para viver no agora,
E aprender novamente a amar
Como se não houvesse amanhã.

By Nathalie

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Fundir-me na Natureza


Há certos dias em que a noite vem ao meu leito acordar-me,
Sussurra-me ao ouvido para regressar do mundo dos sonhos.
No conforto da minha cama permaneço desperta para viajar...

Pois a mais uma viagem fui convidada a realizar.
De olhos fechados e mente aberta deixo-me ficar,
Sou levada ao mundo do "O que gostaria de ser".

Penso que gostaria de ser a Lua para admirar a Mãe Terra,
Ao encher a vista, constantemente, por tamanha beleza.
Zelar por todos e permanecer um mistério para tanta gente.

Ou até ser a própria Terra para carregar cada um de nós...
Dar-me e me partilhar sem medida, revelar o melhor de mim
E amar todos sem qualquer regra e excepção...

Talvez gostasse de ser o Sol, que aquece o coração mais frio,
Traz luz aos desejos e medos mais obscuros
E irradia sua energia sobre cada ser...

Se calhar preferia ser Água para matar a sede...
A sede de liberdade e de paz em toda e qualquer nação.
Fluir por toda a parte, entranhar-me no solo...

Quem sabe o Mar, para ser dona dos maiores tesouros
E em mim navegarem rumo à descoberta de novos mundos.
Conhecer cada continente como a palma da mão.

O Vento? Para soprar a favor de cada embarcação,
Soprar gentilmente nos rostos, num gesto amistoso...
E num sopro mágico fazer desaparecer todas as dores.

Preferia, quiçá, ser o Céu, no seu azul mais profundo,
Que enche de esperança os olhos de quem o contempla.
Nas horas de aflição, responder às preces que lhe são dirigidas.

Pensando bem, posso, talvez, ser eu mesma...
Trazendo comigo o exemplo e a inspiração
Da Lua, da Terra, do Sol, da Água, do Mar, do Vento, do Céu...

Volto a adormecer nos braços da noite que agora me embala...

By Nathalie