quarta-feira, 25 de março de 2009

Quatro Luas


Quentes arrepios e calafrios,
Agradáveis comoções em turbilhões,
Sensações por entre lençóis de lua cheia...
Adio o inadiável, inevitável,
E penso no possível proibido...
Remanesce, nas manhãs de lua minguante,
A mesma certeza da neblina,
Ao saber que irá ficar
Apenas o tempo necessário para brilhar,
Até à chegada da próxima madrugada.

Gotas de estrelas devoradas em meu corpo,
Enquanto meus sonhos desejados
Servem de alimento à lua nova,
Timidamente eles se dissipam à luz da aurora.
Fervilham doces torturas,
Balançando entre a realidade e a loucura,
Esquecidas em noites de lua crescente.
Vontades dissimuladas e reveladas
A luares pintados em céus profundos...
Meus segredos confessados às quatro luas.

By Nathalie

quinta-feira, 19 de março de 2009

De Sentimentos e Emoções


















Pode-se correr até à exaustão para não ter que pensar,
Deixar-se dominar e hipnotizar pelos médias e emissoras,
Manter a mente ocupada pelas tarefas diárias e o trabalho,
Entretanto a verdadeira razão de nossa existência aguarda em nós.

Talvez se possa disfarçar sentimentos... mas emoções não!
Abafar um riso genuíno... quem consegue?
Engolir lágrimas de dor... como se faz?
Silenciar um grito de adrenalina... será possível?

Há quem minta ao seu próprio coração
Para se deixar ficar apenas na razão...
Dissimular sentimentos de toda a natureza,
Deveria ser interdito porque nos mata lentamente.

Será receio de cair no ridículo? Ou por orgulho ferido?
Medo de não ser correspondido? Ou de não ser percebido?
Abafar emoções e resistir a sentimentos cria grandes feridas
Que não saram com o simples passar do tempo.

Um meigo sorriso, um abraço sincero, um "gosto de ti" sentido,
Muitas vezes encravados e com vontade de explodir,
Quando se conseguem desarmadilhar dos nossos gestos e palavras,
Fazem-nos ganhar asas enquanto levam ânimo a uma alma.

Deveríamos preocupar-nos em dizer, não só, o que sentimos,
Mas principalmente sentir o que dizemos.
Palavras jogadas ao vento voltam-se contra nós.
Semear, nos outros, manifestações do nosso interior traz boa colheita.

Sentimentos nascem, despertam, morrem, permanecem...
Emoções surgem, despontam, passam, invadem...
É para isso que estamos aqui... O que faz existir o outro em nós.
Essas são as verdadeiras marcas que deixamos em memórias alheias.

Envolvida, submergida num mar de emoções e sentimentos
Dos quais não posso escapar, nem me deixar afundar...
Quem estaria a enganar a não ser a mim mesma.
Se fingisse que não tenho as respostas ao que preciso saber...

As emoções trazem luz aos meus dias, respiro-as...
Os sentimentos dão significado à minha vida, solte-os...
O momento é de partilha, porque a minha batalha pessoal foi sustida,
E uma promessa que, de sentimentos e emoções, vou viver.

By Nathalie

quarta-feira, 11 de março de 2009

Ao Som do Silêncio


Inquieta, irrequieta, quero escapar, explorar, descobrir!
Deixo o ânimo, de partir à aventura, apoderar-se de mim.
Vou rumo a novos panoramas sobre horizontes escondidos.

A cada olhar, a cada passo, a cada toque,
A natureza deixa-me novamente rendida...
Caminho deslumbrada por entre tamanha perfeição e pureza.

Um dia pensei que tudo fora assimilado
Mas acabei por depreender que tudo apenas começa
Quando paro, me sento e fecho os olhos para me distanciar...

Sossego os meus desvairados pensamentos.
A minha mente deixa de se perder no tempo.
O agradável vazio, difícil de se conseguir, preenche-me...

Entro em sintonia com a Mãe Terra,
Elevo-me e adapto-me à sua vibração,
Sou atingida em todos os meus sentidos.

A luz trespassa a minha alma
O Universo traz-me de volta às origens...
Escuto o som do silêncio... Apenas o meu silêncio...

Os pássaros juntam-se numa harmoniosa sinfonia.
O vento segreda-me por onde, só ele, pode soprar e tocar.
A lagoa tranquilamente respira e se faz ouvir.

Fragrâncias em notas frescas e doces,
Despertam-me para uma nova realidade...
A felicidade está na mais pura simplicidade.

Embalada por sensações de mil encantos,
Onde nem os sonhos me conseguem transportar,
Alcanço e descanso em plenitude...

Nada mais agora interessa
Apenas o aqui... o agora... este momento...
Esta serenidade... nada mais... e não apenas...

A melhor forma que encontro para agradecer a natureza,
É retribuir-lhe o mesmo convite...
Peço-lhe para entrar em mim, explorar-me, descobrir-me...
E esperar que ela permaneça em mim.
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By Nathalie