quinta-feira, 30 de maio de 2013

Néctares de Meus Sabores


Expressa-se o vento em meu cabelo,
No pleno momento do tempo,
Aquando repousa meu corpo
Por entre o campo de mil flores.
O doce aroma, na alma, se entranha,
A música dos colibris ecoa por ali.
Dispersam-se à minha volta,
As estonteantes borboletas,
E no bater de suas asas,
Vislumbro novos horizontes.
No fundo do meu ser
Cola-se a frescura do verde
E o calor de todas as cores.
Dum céu rosa, laranja e lilás,
Ergue-se a primeira estrela do ocaso,
Cintilando pós de prazer.
Minha razão controlada pelo coração
Vaporiza pensamentos de Amor...
A cada batida eu revivo.
Os últimos raios do dia
São partilhados em mim.
Abraçando a minha certeza,
Deposito sonhos e intenções, 
Em cada uma dessas flores...
Pois com elas florescerão,
Néctares de meus sabores.

By Nathalie

terça-feira, 12 de março de 2013

O Convite da Chuva

De outros mundos nos chega a chuva,
Recaindo na cidade e sua calçada...
Parece querer expressar-se
Na intensidade de sua descida.
Alcança o caminho dos desprevenidos
E inocentemente, em seu tom, pergunta:
"Alguém aceita dançar à chuva?".
Mas no apresso para evitá-la,
Nem uma resposta obtém...
Sento-me aqui, a olhá-la,
Declinando o seu convite.
Queria ousar dançar com ela,
Render-me ao seu banho,
Para velhas realidades, longe levar,
E as novas apresentadas abraçar.
Entreouço a voz dentro de mim:
"Quem quer mudança, ao novo tem de se dispor".
Entediada do mesmo padrão,
Avanço e entrego-me sem mais hesitação.
Por entre suas generosas gotas consigo sentir,
Gentilmente a desvanecer, a diluir,
A minha carapaça de protecção,
Assim revogo a pesada camada
E num sinal de gratidão,
Fecho os olhos, contemplando o alto,
Sentindo cada pingo no meu corpo, 
A fazer estremecer o meu ser...
Permito-me novamente sentir.
Liberta dessa densa estrutura,
Danço ao sabor da doce chuva,
Sem o receio de me molhar,
Deixando o inevitável acontecer...

By Nathalie