sexta-feira, 29 de maio de 2009

A Minha Nuvem Cor-de-Rosa



Para onde vai o perfume depois de impregnado nos corpos...

Onde pairam os vapores tons de amor e o cheiro doce que se solta da pele...

O aroma volátil das essências naturais e das notas florais...

Todos se concentram numa nuvem cor-de-rosa...

Uma nuvem só minha para me aconchegar e recolher,

Em noites longas e frias e em dias de melancolia.

Ela abraça-me e me balança quando nela me aconchego.

Onde o perfeito é mais que perfeito e o surreal é real...

Sou transportada até ao meu mundo cor de flor,

Levada a trespassar a fronteira da realidade,

Para além dos sonhos acordados e das fantasias imaginadas,

A quem a entrada é-me unicamente permitida...

Misturo-me à sua leveza e cubro-me com sua expressão...

Perco-me em longos instantes marcados pelo desejo de lá ficar.

By Nathalie

terça-feira, 19 de maio de 2009

No Tempo das Cerejas

Borboletas bailarinas soltam-se num bater de asas.
Rouxinóis afinados entoam hinos à vida,
Girassóis unem-se à grande luz do sol.
No tempo das cerejas...
O impossível torna-se possível, o proibido é permitido.

Brisas cor de jasmim nos trazem frescuras,
Joaninhas encarnadas pintam o verde das folhas,
Colibris viajam por entre o momento que se escapa.
No tempo das cerejas...
Imaginação e sonhos encontram-se no caminho da realidade.

Nenúfares flutuantes repousam em espelhos de água,
Fadas e gnomos esperam-nos por entre os bosques,
Árvores folhudas agitam-se para soltar suas músicas.
No tempo das cerejas...
Tudo é ansiosamente esperado para ser encontrado.

Enquanto apressada aguardava o que tanto procurava,
Na floresta dancei, em cascatas diamante me recarguei,
Entre laranjeiras e jardins de lírios adormeci...
Quando acordei, já havia terminado o tempo das cerejas,
E com ele levou os beijos que eu havia guardado...

By Nathalie

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Liberdade Conjunta



Liberdade... palavra de definição quase imperceptível e contraditória.
A do cão começa no seu próprio cativeiro e acaba se é deixado à sua independência...
É-lhe impossível viver sozinho porque não tem meios para sobreviver.
Encontra a sua liberdade na subordinação a quem se chama de dono...

Se prestarmos atenção, o mesmo sucede com cada um de nós.
A nossa liberdade passa pela dependência do próximo,
O que ele nos provoca, nos desperta, acorda e anestesia em nós...
Vivemos todos livres mas em conjunto.

A espera constante do outro na tomada de decisões...
Ficamos presos a um sorriso difícil de roubar...
Amarrados a palavras que ansiamos ouvir e nunca são pronunciadas...
Detidos pelo momento e tempo certo que acabam por nunca chegar...
Ligados a versos e poemas da nossa alma para outra que se consomem nas horas...

Livres no viver, no fazer, no dizer mas condicionados pela sociedade...
Livres no sonhar, no pensar, no imaginar mas com receio de o partilhar...
Livres para escolher com quem queremos estar mas não de quem gostar...
Livres para dizer o que temos vontade mas não no que se deseja sentir...
Livres em omitir verdades mas não em transformar a mentira em realidade...

O dono também perde a sua liberdade...
Nos dias de chuva ou cansaço, cedo ou tarde,
Obriga-se a levar à rua seu fiel companheiro...
Mas ambos são livres na sua correlação de afecto
E tudo se embeleza quando feito de coração e entrega.

Porque, se sozinha e se me afasto, eu me perco.
A minha liberdade desvanece-se...
Sou então livre no que sinto por cada um
Sem medos, receios e auto-julgamentos...
Pois eu não quero ser a minha própria prisão!
A liberdade é deixar fluir sem qualquer tipo de espera,
É compreender que preciso de ti, de vocês e de todos
E perceber que cada um pertence unicamente a si.

By Nathalie