segunda-feira, 11 de maio de 2009

Liberdade Conjunta



Liberdade... palavra de definição quase imperceptível e contraditória.
A do cão começa no seu próprio cativeiro e acaba se é deixado à sua independência...
É-lhe impossível viver sozinho porque não tem meios para sobreviver.
Encontra a sua liberdade na subordinação a quem se chama de dono...

Se prestarmos atenção, o mesmo sucede com cada um de nós.
A nossa liberdade passa pela dependência do próximo,
O que ele nos provoca, nos desperta, acorda e anestesia em nós...
Vivemos todos livres mas em conjunto.

A espera constante do outro na tomada de decisões...
Ficamos presos a um sorriso difícil de roubar...
Amarrados a palavras que ansiamos ouvir e nunca são pronunciadas...
Detidos pelo momento e tempo certo que acabam por nunca chegar...
Ligados a versos e poemas da nossa alma para outra que se consomem nas horas...

Livres no viver, no fazer, no dizer mas condicionados pela sociedade...
Livres no sonhar, no pensar, no imaginar mas com receio de o partilhar...
Livres para escolher com quem queremos estar mas não de quem gostar...
Livres para dizer o que temos vontade mas não no que se deseja sentir...
Livres em omitir verdades mas não em transformar a mentira em realidade...

O dono também perde a sua liberdade...
Nos dias de chuva ou cansaço, cedo ou tarde,
Obriga-se a levar à rua seu fiel companheiro...
Mas ambos são livres na sua correlação de afecto
E tudo se embeleza quando feito de coração e entrega.

Porque, se sozinha e se me afasto, eu me perco.
A minha liberdade desvanece-se...
Sou então livre no que sinto por cada um
Sem medos, receios e auto-julgamentos...
Pois eu não quero ser a minha própria prisão!
A liberdade é deixar fluir sem qualquer tipo de espera,
É compreender que preciso de ti, de vocês e de todos
E perceber que cada um pertence unicamente a si.

By Nathalie

2 comentários:

  1. Bem querida amiga, ficaste uns dias sem escrever mas não perdeste o jeito! :)
    Muito profundo e cheio de verdade.
    Hoje em dia prefiro mesmo viver do modo como defines a liberdade - deixar fluir sem qualquer tipo de espera - e o mais engraçado é que já nem faço qualquer esforço para viver assim.
    É como te disse no outro dia, chega um dia em que o andar se torna tão natural que nem exige esforço! :)
    Bjinhos.

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  2. Estava a lêr este texto novamente e não sei se foi da fase que passei ou da música, ou até mesmo da combinação da música com a leitura, mas até me sinto comovido.

    Ter a possibilidade de "ver um pouco do mundo através de ti" é realmente um prazer porque és uma alma muito bonita.

    Obrigado por tudo o que partilhas connosco.
    beijinhos.

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