sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Ninguém perde o que não é seu



Como podemos perder algo
Que nunca nos pertenceu...
Da mesma forma não se perde alguém
Que não retribui o nosso afecto...

É impossível abrir a mão
Do que nunca foi nosso...
Pois ela já se encontra vazia...
Nada tem para libertar, nem soltar.

Vivemos por vezes num mundo só nosso,
Onde distorcemos a realidade em fantasia.
A verdade dura e crua dói e faz sofrer...
Viramos-lhe as costas ao optar pela fácil ilusão.

A quem queremos enganar,
Ao sorrir, pular, dançar,
Quando nossa alma nos rói por dentro,
Se debate e grita:"Chega de te enganares!"...

Fugir ou saltar do comboio,
É de longe um acto de bravura...
A fuga e queda provocam corrosão,
Para mais tarde contagiar nosso coração.

Venham até mim fantasmas, monstros e temporais!
A todos combaterei e enfrentarei sem temer,
Com as melhores armas que possui,
Sendo elas meu amor, consciência e sabedoria.

By Nathalie

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Até Nós...


A minha vida só me é permitida,
Se outras, nela, são envolvidas.
Vidas que se cruzam e nos despertam,
Para toda e qualquer experiência destinada.

Seja ela de sorriso ou lágrimas no rosto,
É o que nos molda, enche e compõe.
Cada um acorda em nós, sentimentos sem igual...
Fazendo surgir, do nosso interior, o melhor ou o pior.

Alguns nos fazem o coração disparar,
Para depois o arrancar e espezinhar...
Há quem nos faça rir e sorrir,
E quem à noite o sono nos vem roubar...

Uns, juntos a nós, permanecem para sempre,
Outros guardam-se no tempo chamado passado.
Certos regressam e voltam a ficar para trás novamente.
Guardamos de todos o sabor do que se viveu...

Cabe-nos preservar e guardar o essencial,
Crescer e amadurecer com as nossas feridas e doídas.
Sentir toda a dor e alegria da emoção,
E dar ou não conclusão a uma relação.

Todos os que por mim passam e passaram,
De transporte me serviram até ao aqui e agora.
Sem eles seria impossível realizar essa jornada,
Por vezes agreste, até à minha auto-descoberta.

São tantas as voltas e reviravoltas que vida dá,
Que a vida acaba por nunca mais ser a mesma...
O que seria, se mais ninguém comigo partilhar,
Amarguras, doçuras, conflitos, alegrias ou fantasias...

A minha viagem veria seu fim chegar,
A minha alma de solidão e angústia morreria...
Se a mim não mais chegaria,
Sentimentos, pessoas e nossa partilha.

By Nathalie