quarta-feira, 8 de abril de 2009

Nas Asas do Tempo



Sem qualquer controlo, destino ou direcção,
Fora da minha percepção, estou continuamente a voar.
Entregue à mercê das asas do tempo...

Peço, nem que seja por instantes, uma pausa!
Quero poder relembrar momentos por mim vividos.
Recordá-los como quando se vê uma antiga película.

Revejo uma menina de olhos grandes e caracóis,
A brincar alegremente no seu mundo das bonecas.
Vive de histórias de encantar feitas de príncipes e princesas.

O cheiro da sopa mais gostosa, feita pela sua avó, paira no ar.
Os passeios, com a sua mãe, onde se perdem por horas...
Riscos e rabiscos desenhados nas paredes de casa com seu pai.

Quando a noite chega ao seu quarto cor-de-rosa,
Olha para as estrelas e sorri apenas por as ver brilhar,
E sonha com as horas de recreio que irá ter no dia a seguir.

Uma criança feliz e plena, tendo como única preocupação
A caída da próxima neve para nela se enrolar.
E assim cresce até que em pequena mulher se transforma.

Os dias coloridos são agora substituídos pelos cinzentos.
Pois, bem sabe que não é fácil passar pelo drama da adolescência.
Deixa partir a doce infância e choca com o mundo dos grandes.

Por entre incompreensões, grandes emoções e confusões,
Sente-se a flutuar numa bela noite quente de verão,
Quando troca os beijos na almofada pelo seu primeiro beijo.

Ela é agora uma jovem muito decidida e destemida.
De armas e bagagens, sem olhar nunca para trás,
Atravessa o oceano, instala-se e começa uma nova etapa.

Nesse percurso pessoas vão, vêm, ficam...
Todas elas lhe trazem momentos que juntas partilham.
Alegrias, tristezas, sonhos, ilusões, desesperos, paixões...

O meu pedido acaba e logo volto ao tempo presente.
Não sei para onde vou, mas tranquila me encontro,
Visto que confio na menina dos caracóis e na jovem decidida.

By Nathalie

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